O TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES EM TERRAS BRASILEIRAS

O tráfico de animais é a terceira maior atividade ilegal do mundo, com movimento estimado entre 10 e 20 bilhões de dólares anuais. Fica atrás apenas do tráfico de armas e drogas. No Brasil, 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza por ano e, somente o CETAS de Belo Horizonte, recebe em média 10 mil animais por ano, a maioria deles, vítimas de tráfico

Esse número fica ainda mais assustador sabendo-se que para cada 1 animal que chega vivo ao destino final, outros 9 morreram no caminho. Ou seja, dos 38 milhões de animais retirados da natureza anualmente no país, cerca de 4 milhões chegam de fato ao comércio ilegal, o restante (34 milhões) morre antes disso.

Foto: Cetas – BH

Após chegarem nas regiões Sul e Sudeste, os animais que sobrevivem serão comercializados ou levados para fora do país.

A maiorias dos animais traficados são aves (aproximadamente 82%) e dentre estes, os Psitaciformes (devido a beleza, docilidade e capacidade de imitar a voz humana) e os Passeriformes (devido a beleza e aos belos cantos) são a grande maioria, somando cerca de 62% do total.

Fonte: Cetas – BH

O destino dos animais traficados são diversos, incluindo colecionadores particulares, animais de companhia (pet) ou até mesmo para pesquisa científicas ilegais. Listamos abaixo algumas das principais espécies comercializadas para estas finalidades:

Algumas das principais espécies vítimas do tráfico de silvestres com destinação para colecionadores particulares ou para se tornarem pet:

  • Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva)
  • Periquito-do-encontro-amarelo (Brotogeris Chiriri)
  • Caturrita (Myiopsitta monachus)
  • Tuim (Forpus xanthopterygius)
  • Arara canindé (Ara ararauna)
  • Arara-vermelha (Ara chloropterus)
  • Corrupião ou Sofrê  (Icterus jamacaii)
  • Curió (Sporophila angolensis)
  • Tie-sangue (Ramphocelus bresilius)
  • Saíra-sete-cores (Tangara seledon)
  • Tucano (Ramphastos sp. / Pteroglossus sp.)
  • Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia)
  • Macaco-prego (Sapajus sp.)
  • Jaguatirica (Leopardus pardalis)
  • Arara Azul de Lear (Anodorhynchus leari)
  • Azulão (Cyanoloxia brissonii)
  • Sagui (Callithrix sp.)
  • Jibóia (Boa constrictor)
  • Canário-da-terra (Sicalis flaveola)
  • Cardeal-do-nordeste ou Galo-de-campina (Paroaria dominicana)
  • Coleirinho (Sporophila caerulescens)
  • Pássaro-preto (Gnorimopsar chopi)
  • Trinca-ferro (Saltator similis)

Algumas dos principais espécies vítimas do tráfico de silvestres com destinação para fins científicos ilegais:

  • Jararaca (Bothrops jararaca)
  • Jararaca Ilhoa (Bothrops insulari)
  • Cascavel (Crotalus durissus)
  • Sapos Amazônicos
  • Aranha marrom (Loxosceles sp.)
  • Besouros
  • Vespas
  • Urutu (Bothrops alternatus)
  • Surucucu (Lachesis muta)
  • Corais-verdadeiras
  • Escorpião amarelo (Tityus serrulatus)
Foto: Cetas – BH

O efeito do tráfico de animais silvestres é devastador para a natureza, levando fatalmente a extinção de várias espécies e ao desequilíbrio ecológico. O tamanho dos danos causados por esta atividade ILEGAL é  imensurável!

Lembre-se: Bicho feliz é bicho solto!

Referências: COSTA, Fábio José Viana et al. Espécies de Aves Traficadas no Brasil. Front J Soc Technol Environ Sci, v. 7, p. 324-346, 2018.

RENCTAS (Rede Nacional contra o Tráfico de Animais Silvestres). Disponivel em: www.renctas.org.br/ambientebrasil-trafico-de animais-silvestres/. Acesso em: 31/03/2020

WIKIAVES (2020) WikiAves, a Enciclopédia das Aves do Brasil. Disponivel em: www.wikiaves.com.br/. Acesso em: 31/03/2020