O gambás (Didelphis sp.) são comumente conhecidos por diversos mitos, como seu suposto perigo para o homem e seu mal cheiro, que são informações falsas. Eles não são como as jaritatacas, que soltam os famosos jatos de odor forte. O cheiro do gambá serve para marcar território e só representam perigo quando ameaçados, como qualquer outro animal.

A falta de conhecimento sobre a importância desses animais faz com que esses acabem sofrendo pela ignorância de muitos, sendo assassinados em vários casos.

Hoje, iremos falar sobre a importância ecológica dos gambás. Antes, é importante ter em mente que essa espécie é onívora, ou seja, se alimentam de pequenos vertebrados, ovos, frutos e raízes. Os gambás têm no seu sangue substâncias que inibem o veneno de escorpiões e cobras, como jararacas, corais e cascavéis, o que os torna ótimos predadores desses. E, mais, os gambás podem ser responsáveis por um novo soro que ajuda no tratamento dessas picadas: as proteínas do sangue deles bloqueiam os efeitos locais, como hemorragia e edema. Além disso, ajudam no controle de espécies consideradas pragas na agricultura, como insetos e roedores, evitando um desequilíbrio na cadeia alimentar do ecossistema. Eles também são responsáveis pelo controle da população de carrapatos, que transmitem inúmeras doenças tanto para o ser humano como para outros animais, como os cães. Em uma semana, um gambá pode comer mais de 4.000 carrapatos!

Além disso, os gambás têm grande importância para a flora, pois são grandes dispersores de sementes que são liberadas em suas fezes. E, foi descoberto em 2019, que eles são polinizadores de uma espécie de cogumelo, comumente conhecida como cogumelo-de-sangue (Scybalium fungiforme), já que eles são os únicos que conseguem chegar até a parte interior da estrutura e ter acesso ao seu néctar.
É notável a importância ecológica dos gambás, e é importante a divulgação dessas informações, para que cada vez mais pessoas possam saber do importante papel que esses animais possuem no ambiente.
Autora: Gabriella Rocha Franca
CHAGAS,
Catarina. No gambá, a solução para mordidas de cobras. 2005. Disponível em:
Acesso em: 11 ago. 2020.
GUIMARÃES,
Maria. Câmeras noturnas flagram polinização inédita, por gambá. 2020.
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Acesso em: 11 ago. 2020.
MACEDO,
Iasmin. O gambá pode comer 4000 carrapatos em uma semana! 2017. Disponível em:
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