A comercialização ilegal de animais silvestres é a terceira maior atividade ilícita no Brasil, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e armas, isso se dá devido ao alto valor rentável nessa prática criminosa, chegando a movimentar cerca de 3 bilhões de dólares por ano segundo dados do IBAMA.

A problemática do tráfico implica em várias vertentes, no entanto gostaria de ressaltar o impacto que essa prática criminosa exerce na natureza e na saúde pública. A consequência na natureza gerada pelo tráfico é enorme, chegando a proporcionar a retirada anual de 38 milhões de animais de várias espécies nacionais, segundo dados do IBAMA. A retirada desses animais do seu habitat natural é a segunda maior causa de extinção, promovendo instabilidade ecológica, pois, ao retirar uma espécie do seu hábitat pode-se gerar um desequilíbrio ambiental, uma vez que cada espécie possui uma função ecológica. Dessa forma, retirar uma espécie do meio em que vive, abre uma lacuna porque não haverá outra para desempenhar aquele papel.
E segundo esse princípio, a retirada de qualquer espécie do seu local de vida livre, vai prejudicar a natureza de diversas formas. O comércio ilegal de animais acaba contribuindo para a proliferação de zoonoses, devido a introdução de espécies selvagens a uma convivência direta com o homem, podendo ocasionar ou agravar a transmissão de doenças. Isso porque diversos animais silvestres podem ser portadores ou reservatórios de zoonoses, seja em vida livre ou em cativeiro. Algumas doenças infecciosas humanas, por exemplo, são transmitidas por mamíferos e aves, tais como ebola, febre amarela, raiva, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), e mais recentemente, o coronavírus! Além de patógenos com capacidade zoonótica, podendo ocasionar uma série de doenças em animais silvestres e domésticos.


Sendo assim, a melhor forma de diminuir e possivelmente acabar com o tráfico de animais selvagens, seria não comprar animais silvestres ilegais, enfraquecendo esse comércio cruel, que prejudica tanto a natureza quanto a nossa saúde pública.
Autora: Sheila Cristina
Bibliografia:
HERNANDEZ, Erika Fernanda Tangerino; DE CARVALHO, Márcia Siqueira. O tráfico de animais silvestres no Estado do Paraná. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, v. 28, n. 2, p. 257-266, 2006.
PETTER, Creusa Alves Bomfim. Tráfico de animais silvestres. 2012.
PIRES, Gilcineide Araujo et al. Tráfico de animais silvestres e seus produtos no extremo oeste brasileiro. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 18, n. 4, 2015.
OSAVA, Mário. Tráfico de Animais um negócio milionário. Disponible en, 2012.