EXPLICANDO O NOME POPULAR E O NOME CIENTÍFICO DOS ANIMAIS
Foto: Bruno Kaneschi
Em muitas de nossas postagens, seja no facebook ou no instagram, em artigos, jornais e revistas vocês já devem ter visto a utilização desses nomes. Também podem ser vistos quando as pessoas realizam entregas voluntárias ou levam animais silvestres recolhidos para o CETAS, no qual elas recebem um termo de entrega de animais silvestres, com todas as informações da entrega, incluindo nome popular e o nome científico. Mas você sabe o porquê desses dois nomes? Peguemos uma ave como exemplo, a Maritaca ou Psittacara leucophthalmus.
Maritaca se trata de um nome popular pelo qual o animal é conhecido, entretanto, por se tratar de um nome popular, ele pode mudar de acordo com a região. Por exemplo, no site do Wikiaves podemos ver alguns outros nomes como: Periquitão Maracanã, Guira Juba, Maracanã… dentre outros. Não apenas isso, outros animais também podem vir a ser conhecidos pelo mesmo nome popular, como é o caso da Maitaca Verde (Pionus maximiliani) e do Periquito Rico (Brotogeris tirica).
Dessa forma, identificar um animal seria uma tarefa trabalhosa. Esse problema acerca das variações e regionalismos dos nomes de espécies é algo que é discutido há muito tempo pelos cientistas. A nomenclatura usada atualmente foi proposta em 1758, através 10° edição da System Naturae, do naturalista sueco Carlus Linnaeus, mais conhecido por Lineu, onde ele propôs o esquema de nomenclatura binominal em latim. Desse modo, o primeiro nome é genérico, e reflete os caracteres comuns a um grupo como um todo, e o segundo é específico, refletindo os caracteres compartilhados apenas por alguns animais, compondo uma determinada espécie.
Fonte: WikiAves
No caso da maritaca (Psittacara leucophthalmus), o primeiro nome “Psittacara”, representa o gênero, e o segundo “leucophthalmus” a espécie. Segundo a lista do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos de 2015, o gênero “Psittacara” possui apenas uma espécie a “P. leucophthalmus” dentro dele, ao passo que outro gênero, como o “Amazona”, possui doze espécies diferentes dentro dele.
Mas não é só isso, também existem mais algumas regrinhas ao usar a nomenclatura binominal. Como por exemplo: os nomes científicos sempre devem ser em latim ou latinizados; a primeira letra do gênero deve ser sempre maiúscula, enquanto a da espécie, totalmente em minúscula; nomes científicos sempre devem receber algum tipo de destaque, itálico se for impresso ou sublinhado caso seja um trabalho manuscrito; dentre outras.
As demais regras para a denominação cientifica dos animais estão disponíveis no Código Internacional de Nomenclatura Zoológica. – ICZN.
Assim Psittacara leucophthalmus se trata de um nome científico, em que pesquisadores, cientistas e outros profissionais da área usam para identificar o animal. Sendo um nome científico então ele é universal e único de cada espécie, reconhecido independente da região ou país em que se esteja. Dessa forma, quando é utilizado não existem dúvidas sobre qual animal se está falando, independente ou não de se ver o animal ou uma foto dele.
