Em 2016, o Waita deu início ao projeto “Biologia e Conservação de Bicudo, Sporophila maximiliani, em Minas Gerais: o retorno da espécie”, com financiamento da Fundação O Boticário e com apoio de grandes parceiros como o Laboratório de Doenças das Aves e o Laboratório de Genética da UFMG, a UFOP, o laboratório de ornitologia da UFV, o IBAMA e o IEF.
O Waita e seus parceiros querem devolver às matas de Minas Gerais um passarinho, o bicudo, que não é visto há mais de 80 anos na natureza. O bicudo é um passeriforme de canto muito apreciado, o que o levou a ser capturado, de forma intensa, para comercialização e criação em cativeiro. Este fator, somada às alterações de seus habitats causaram reduções drásticas em suas populações, definida como provavelmente extinta no estado do Rio de Janeiro e criticamente em perigo em Minas Gerais e em São Paulo, sendo considerada uma espécie raríssima de ser encontrada na natureza.
Para ter êxito no seu objetivo final, que é ver o Bicudo cantando livre na natureza, o Waita vem desenvolvendo uma grande pesquisa, envolvendo especialistas da área em busca de qualquer tipo de informação que possa ajudar no projeto de reintrodução da espécie. Além disso, realiza buscas por indivíduos em vida livre em Minas Gerais e avalia possíveis áreas para reintrodução da espécie em MG. Paralelamente, desenvolve estudos genéticos e sanitários com população dessa espécie que é mantida em cativeiro, a fim de selecionar os melhores indivíduos para o retorno à natureza. Esses estudos são essenciais para um programa de reintrodução, nosso próximo passo!
Em fevereiro de 2020, após 4 anos de buscas o bicudo foi avistado por um morador da região leste mineira. Imediatamente, a equipe do Waita foi ao encontro do animal e iniciou o monitoramento da espécie, coletando dados comportamentais, alimentar e uso da área de vida. Além disso, a equipe realizou a captura e marcação de um indivíduo macho, o que é essencial para o monitoramento, e ainda coletou os dados biométricos e amostras para análises genéticas e sanitárias, além de gravações de alta qualidade da vocalização produzida pelas aves.
Agora o Waita enfrenta um grande desafio com a conservação da espécie, diante da sua vulnerabilidade, pela fragilidade do seu ecossistema e pelo seu alto potencial de ser capturada, visto que são aves raras a existência dessa pequena população pode atrair a atenção de caçadores.
A ausência de recurso também se apresenta como um desafio, já que o Waita tem arcado com as despesas para as campanhas de monitoramento, com aluguel de veículo, combustível, alimentação da equipe e equipamentos.
Os próximos passos, do Projeto dos Bicudos, compreendem criar estratégias de proteção da espécie, com foco em estabelecer parcerias, com o envolvimento da sociedade civil, empresas, criadores, terceiro setor, comunidades do entorno com o objetivo de garantir a proteção e a continuidade do estudo da espécie, além de transformação social e geração de renda. E futuramente o revigoramento populacional e a reintrodução da espécie em novas áreas para garantir efetivamente a conservação da espécie.
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