Resumo da atuação
O projeto Bicudos é realizado pelo Waita – Instituto de Pesquisa e Conservação em parceria com o IEF-MG, o Ibama, a UFV, a UFMG, a UFOP e a UFG. O nome do projeto inicialmente escrito para o IEF era “Biologia e conservação do bicudo, Sporophila maximiliani, em Minas Gerais: o retorno da espécie”. Em 2016, o Waita e seus parceiros iniciaram, com o apoio da Fundação Grupo Boticário, um programa de conservação do S. maximiliani em Minas Gerais. Durante as primeiras etapas foram realizados estudos genéticos e sanitários com as populações de cativeiro, cujos resultados foram publicados na dissertação de mestrado de Thiago Stehling (IEF) pela UFMG em 2019. Também foram iniciadas buscas por indivíduos selvagens da espécie e realizada a avaliação de habitats para um possível programa de reintrodução. Em 1º de fevereiro de 2020, uma pequena população selvagem, composta por dois machos e uma fêmea, foi encontrada residindo nas proximidades da parte Norte do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), em Minas Gerais. Em 22 de novembro de 2021, uma segunda população, composta inicialmente por três machos e uma fêmea, foi encontrada nas proximidades da parte Sul do PERD, estando inserida na zona de amortecimento do parque.
Desde então, essas duas populações vinham sendo monitoradas pela equipe do Waita com custos próprios da instituição. Em 2023 o projeto foi submetido à plataforma Semente e foi aprovado em 10 de julho de 2023. Esse edital financiará a etapa de monitoramento, captura e análise das amostras genéticas das duas populações selvagens de bicudos, ações de Educação Ambiental em duas escolas nas comunidades locais com os temas integração humano-meio ambiente e o combate ao tráfico, e ações para possível expansão da área do PERD para proteção da população que encontra-se às margens do Parque.
Os objetivos do projeto Bicudos são, entre outros, conservar as últimas populações de bicudos (Sporophila maximiliani) em vida livre no Brasil e salvar a espécie da extinção na natureza; obter dados biológicos, comportamentais e ecológicos das populações de S. maximiliani encontrados em vida livre; definir o perfil genético e realizar diagnóstico sanitário das populações de S. maximiliani encontradas em vida livre; e realizar buscas por novos indivíduos na região, averiguando a existência de outras populações na área do Rio Doce.
Contexto
O bicudo é uma ave que consta na lista de espécies ameaçadas, sendo considerada “em perigo” (EN) pela lista vermelha global de espécies ameaçadas (IUCN) e “criticamente em perigo” na lista brasileira de espécies ameaçadas (MMA). O bicudo é um dos cantores mais apreciados por criadores de aves em cativeiro, com machos sendo vendidos por milhares de dólares. Devido ao alto nível de perseguição e degradação de habitat, a espécie sofreu um declínio drástico, tornando-se rara em muitas áreas de ocorrência e já sendo considerada extinta em alguns estados brasileiros. O projeto visa contribuir com a conservação da espécie realizando o monitoramento de duas populações selvagens encontradas em Minas Gerais, a fim de obter informações ecológicas, biológicas e genéticas que contribuirão para o conhecimento escasso e a conservação da espécie. Por meio das ações de Educação Ambiental com a comunidade local, também combate ao tráfico de animais silvestres na região.
Data de início
Início oficial do projeto: 2016.
Início do projeto com aprovação na plataforma Semente: julho de 2023.
Meio de financiamento
Números do projeto
meses de coleta de dados comportamentais e biológicos dos bicudos ao longo do projeto
indivíduos de bicudos capturados ao longo das campanhas, durante 6 meses
reunião com a diretoria de cada uma das escolas selecionadas para atividades da Educação Ambiental no primeiro mês do projeto
reuniões realizadas ao longo de um ano com uma escola de cada distrito alvo do projeto
exposição de trabalhos para cada escola participante no décimo mês do projeto
reuniões de planejamento e monitoramento de atividades com gestores do PERD sobre a expansão da UC e a proteção da população dos bicudos, realizadas no primeiro semestre do projeto
nota técnica elaborada no quarto mês do projeto
reunião no quinto mês do projeto para apresentação, em conjunto com IEF, da nota técnica à empresa proprietária do terreno
reuniões com o MP local para articulação e avaliação da possibilidade de expansão da UC
amostras biológicas coletadas de bicudos ao longo do ano
amostras biológicas coletadas de bicudos processadas e analisadas pelo laboratório de genética parceiro (UFG/LGBio).
Notícias
Parceiros
Galeria de Vídeos
Histórico do projeto
- 1ª etapa (aprovada e financiada pela Fundação Grupo Boticário): buscas por indivíduos de bicudos no norte de Minas Gerais e no Parque Estadual do Rio Doce; estudos genéticos e sanitários em indivíduos de cativeiro e de coleções de museus.
- 2ª etapa (custeada pelo Waita até 2022): encontro da primeira população de bicudos com apoio de um morador parceiro em uma área ao leste de Minas Gerais na região do Rio Doce, no entorno do PERD; início do monitoramento e estudo da população.
- Encontro da segunda população de bicudos em novembro de 2021, com apoio de um parceiro que atua no PERD.
- Continuação da 2ª etapa (aprovada e financiada pela plataforma Semente): monitoramento e estudo genético das duas populações selvagens de bicudos.
- 3ª etapa (aprovada e financiada pela Fundação Renova): projeto de 4 anos de duração com o objetivo de reintrodução/revigoramento populacional da espécie S. maximiliani na região do Rio Doce, incluindo o estudo da área brejosa das duas populações já monitoradas, seleção de áreas de soltura e indivíduos de bicudos de cativeiro para reabilitação, soltura e monitoramento nas áreas selecionadas e um programa de Educação Ambiental com ações nas comunidades de entorno.